terça-feira, 29 de setembro de 2009

A carta que nunca te enviei....


Para Conceição,
passado o tempo mais que demasiado, escrevo-te, em resposta ás cartas que já sem poderes escrever, floris-te e com uma linguagem bordada pelos que amam as ditas-te, para alguém as desenhar e em meus olhos se aninharem... sei que a palavra que esborrato neste manto branco não terminara no conforto do teu escutar através do eco de uma voz que te a lê enquanto lutas com o derradeiro fechar de olhos... esperei o tempo mais que demasiado...tu lutaste como uma valente...mas eu espero sempre o tempo mais que demasiado, desprezo a palavra que tenho para semear e em algumas pessoas plantar, arde em mim o medo do riacho da imperfeição.... Não houve dia que não acrescenta-se virgulas na carta que escrevi somente em meu pensamento, não houve dias que não imagina-se o teu sorriso depois de mais uma virgula.... não houve um dia que não imagina-se um ponto de exclamação desse olhar terno com que sempre me olhaste... mas esperei tempo demasiado.... a carta que hoje escrevo, grito-a a sangue e amordaço-a com pingos de sal. Hoje sou homem, um comunicador de palcos, falo para alguns para mais que alguns e para muitos mas acabo sempre sozinho a procurar-te na plateia.. é sempre a tua cara que espero ver por entre os focos que me cegam ou entre o escuridão da minha alma vazia, sem tí...para a carta te a escrever em voz alta.. hoje sei-a de cor..mas tu não estás lá.. maldita carta que nunca terminou esperando por mais uma virgula em caminho à utópia da perfeição e à perfeição da utopia...
Perdoa-me o tempo que sem poderes sair daquele quarto branco, por esta carta esperaste, perdoa-me por ter guardado para mim a cicatriz da tua ausência...se alguma vez conseguires perdoar, faz me um sinal nas noites que no céu procuro o brilho do teu olhar e o reflexo do teu bem estar...
A minha mão treme, mas hoje escrevo-te a carta que nunca te enviei... em destinário já não está aquela cama do hospital de Coimbra, mas no remetente continua a estar o coração com que sempre te amarei...minha Mãe!!!



segunda-feira, 28 de setembro de 2009

   Obrigado, por o teu verbo estar, conjugado no estiveste.
  
   Obrigado, por todas as  palavra vazias que não disseste.
  
   Obrigado, por o teu sorriso teres soletrado
  
   Como quem ensina um ousado palavreado.
  
   -Não me recordo...   já te disse Obrigado?!...
   

    

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Soluções poéticas para coisa nenhuma

Inauguração hoje!!!
Em um mundo preocupado em desvendar novos problemas, as soluções são laminas rasas que cortam a fila dos cinzentos, desembanhadas apenas por os habitantes do Mundo ao contrário.


O prisma muda o quadrado e o branco muda de não cor, mas esta exposição é desembanhada por um militante de tudo o que é franco... restará saber se a solução estará na poésia? estará no adornar? estará no crú e em mais um sonho nú, pois mudar do cinzento para o lilás é belo mas nada mais nos traz?...

clicar sob a imagem para a ampliar.




Zé que voa por uma Lisboa de Lisboas muitas, terá um vouo por esta exposição, através de textos blogados e outros que nem por isso, ambos mutados do pensamento para o texto e retomados neste trinagulo circular à forma constragedora do pensamento, vão estar á mão e ao ouvido, nesta exposição repleta de soluções para o tudo que para lá de muitos é coisa nenhuma.







segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Tú, Eu e Lisboa


Fotografei passos coloridos,nesta cidade perdida no tempo do preto e branco, enquanto cantavas sorrisos em verso, nestas ruas  saídas da época   de um cinema mudo.


Pela noite embalas a Cidade dos encontrões e dos fartos sermões, e ela fica deserta, enquanto a atravessas sem olhar para trás e prossegues com o teu cantar. Emolduraste-te no baloiço de um jardim, o sagrado local de frenesim dos não cépticos,os eternos incompreendidos mas à solidão nunca rendidos pois são eles que cantam ao luar e fazem este Mundo muito mais que simplesmente  girar.
 As ondas da Cidade salpicam me  por atenção, a velha na janela da-te um sermão, os eléctricos reclamam por tradição mas fotos amareladas, sempre amarrotadas, demasiado degradas que não foram feitas sequer para estarem emolduradas são deitadas ao vento e  ao som de um novo Fado, ...
Roubas o travo a café de final de tarde e dizes que é teu,
Ofereces o sorriso perfumado a baunilha e dizes que é meu.